foram exatamente essas palavras que usei quando liguei hoje para o Bruno informando que seria impossível entregar o tcc ainda esse ano. Que na verdade seria impossível eu terminar a faculdade porque não era capaz.
Ele me ouviu e tentou, sem sucesso, me convencer de que estava com preguiça e de que tinha desacreditado em mim.
Não adiantava, nada poderia me motivar a essa altura do campeonato. Eu havia me esquecido do porquê da escolha desse tema. Não me lembrava mais de nada, autores, textos, referencias. Nada mais faz sentido. Me perdi. Disse que somente com eletrochoque talvez minha mente pegaria no tranco.
E não é que ele absorveu essa informação! Com sua genialidade e sabedoria de um ancião, o Bru me mandou uma seqüência de fotos para dar o tal choque no meu cérebro. Explicou que o que precisava era de algo como o monólito visto pela primeira vez pelos macacos na Odisséia de Kubrick, ou a serie de vídeos enviados por Amelie que abriu a cachola do velho Dufayel. Alias, me sinto um pouco Amelie nessa fase.
Enfim, disse para ver todas as imagens e tentar digerir. Deixar minha mente trabalhar por si e depois voltar ao trabalho. Mas o efeito foi imediato. Pelo menos para dar continuidade ao tratamento.
Coloquei trilha sonora e montei um slideshow das fotos. Essa musica tem sentimento próprio para mim – Dayvan Cowboy do Boards of Canadá.
Veja como ficou aqui.
Em seguida, enquanto subia o vídeo no youtube, revi os trailers de Astroboy, Where the wild things are e Ponyo.
Me deparei com uma das constatações mais existenciais de minha pouca vivencia, porem significante: “quando comecei a virar uma cagona?” nunca nada foi impossível para mim. Desafios me movem assim como uma droga para um viciado.
Plantei bananeira no sofá! A quanto tempo não fazia isso? Lembro-me que o fazia de patins na garagens escorregadia de casa, e hoje hesitei por três tentativas antes de executá-la no sofá.
Mas acho que estou preparada. Sem medo. Vamos la mulher, você não é do tipo cagalhona!
Veja os trailers dos longas citados abaixo:
