O primeiro dia agente nunca esquece...

Respirem fundo galera, pois isso foi intenso.

Depois da diversão vem a obrigação, e na segunda-feira do dia 30 de junho fui a escola. Cheguei cedinho para entregar toda a documentação, e la descobri que teria que fazer uma provinha de múltipla escolha e posteriormente uma entrevista.

Estava tudo bem até a entrevista. Eu e mais um grupo de 20 pessoas entramos numa sala e o entrevistador já nos aguardava. Como muitos que me conhece sabe, quando ele chamou pelo primeiro entrevistado me propus rapidamente (prefiro terminar as coisas logo).

Infelizmente, o professor estava com a pá virada, e logo que olhou meu formulário falou: “Ah, então você quer fazer um curso de business english, não quer? Eu sou professor de business english, então me fale o que você acha do MDI-Jk...”. Claro que não era bem isso porque eu não lembro exatamente, mas enfim, algo que eu não sabia. Pedi que repetisse a pergunta, e o infeliz, com um inglês bem arrastado e rápido, fez a pergunta parecer mais alienígena possível, sendo impossível que eu identificasse a questão. Então, já irritado, me fez outras perguntas especificas, e mesmo que enrolasse, não estava dando certo e tive que admitir que não sabia o do que se tratava. Nesse momento ele ficou puto, e falou: “Na minha sala meus alunos não respondem EU NAO SEI!”.

Eu, mantendo a postura admiti que não sabia mas que era justamente por aquele motivo que eu havia procurado especificamente sua escola, para aprender. Ele continuou, arrogantemente insistindo que aquilo era o básico e finalmente perguntou algo que eu poderia responder, mesmo que minhas faculdades já não estivessem tão ágeis como no começo já que me abalara seriamente (psicologicamente) aquela entrevista interminável.

“Well Vivian, então me fale de ética no trabalho”. Parecia uma luz no fim do túnel. As aulas de negócios internacionais vieram a tona e comecei a falar sobre a preocupação com o meio ambiente (e ele respondia, ok that’s one), que era antiético crianças trabalhando ou mesmo das condições mínimas para se trabalhar... e o viado pontuando... até que, meio que para provoca-lo, já que aquela manha estava sendo toda por parte dele, falei: “a forma como as mulheres são tratadas no mercado de trabalho”. Ele me encarou e respondeu: “eu não acredito que as mulheres podem ser pontuadas nessa minha questão” , e eu, “como não?! ganham menos pelo mesmo trabalho, isso quando não são assediadas. Você acredita que mesmo assim isso é ético? Ele não respondeu, pediu que me dirigisse a secretaria e entregasse sua avaliação.

Pois não é que o maldito me encaminhou para uma sala que só tinha iniciantes. Isso porque das questões de múltipla escolha, que eram 50, acertei 40. Entrei na sala e a galera aprendendo simple past. Aí meu sangue subiu pra cabeça, mas esperei até o termino da aula.

Então voltei a secretaria e falei: “por favor, eu acho que tem alguma coisa errada. Eu paguei por um curso de business english, e não inglês para iniciantes, afinal isso eu já o fiz durante anos no Brasil, você poderia por favor checar pra mim?

O rapaz super atencioso me explicou que definitivamente aquele era um mal entendido, e eu falei que provavelmente esse mal entendido se dera pelo mal humor do professor/entrevistador. Nesse momento o rapaz da secretaria me pediu detalhes, e eu desatei a falar... ele então pediu que o vice-diretor da escola viesse até a secretaria.

Agora era minha oportunidade. Disse que nunca em minha vida tinha sido tão humilhada. Que aquele professor foi antiético, já que eu não estava la para uma entrevista de emprego, e sim porque me propus a estudar naquela instituição. Que ele foi racista (exagerei, mas tinha que aproveitar a deixa) por julgar uma mulher mais nova e brasileira como incapaz de estudar business english, que errado eram eles por venderem um produto e não explicarem que era só para “os melhores”, e que fora a pior primeira impressão que eu já tive de uma instituição. Ironicamente terminei: “Ótimas boas vindas, hein”.

O homem só faltou chorar. Pediu milhões de desculpas e informou que me encaminharia para um curso mais puxado, com menos alunos na sala e com uma carga horária maior. Disse que falaria com o professor, mas concordou plenamente que ele agira de forma errada.
E para não perder a viagem, contei para meu irmão. NOOOOOOOOSSA!!!

Ele ligou na escola e também reclamou. Ainda pediu que esse professor, no mínimo, pedisse desculpas. O professor informou que estava num mal dia e que acabara descontando em mim.

Pois é galera, olhem que ironia. Uma garota de 20 anos ensinando um marmanjo de mais de 50 a como tratar humildemente as pessoas, e que o “bom businees guy” em um mal dia não desconta seus problemas em seus alunos ou subordinados, e sim os resolve, assim como eu, uma estudante, o fiz!